data-filename="retriever" style="width: 100%;">Brasil: 2,7% da população mundial e 12% das mortes no mundo por Covid-19. Há pouquíssimos meses, quando ainda batíamos, embora já desastrosa marca de 100 mil mortes por Covid-19 no Brasil, denunciava a falta de gestão do governo federal em combate à pandemia no Brasil. Começava o texto dizendo que sabia que em um primeiro momento pudesse gerar algum desconforto diante de extremismos e polaridade no contexto da sociedade brasileira atual, mas com a ciência também de que pessoas quando não radicais (para qualquer lado) e abertas ao processo de reflexão e aprendizagem compreenderiam o comportamento irresponsável e criminoso do atual Presidente da República; pois quem realmente me conhece, sabe que não tenho um alinhamento político-partidário.
Não que eu não entenda importante e necessário que se tenha também, ademais, um dos fundamentos da República Federativa do Brasil é o pluralismo político, mas entendo que existem outros atores sociais que bem cumprem esse papel. Me reservava assim, como pesquisador que sou, em me ater aos fundamentos científicos da minha análise, visto que como especialista e mestre em Direito Constitucional, o meu compromisso é com a interpretação da Carta Magna e a garantia de proteção, bem como de concretização dos Direitos Humanos Fundamentais.
Pertinente a essa reflexão, entendia apropriado que compreendêssemos qual é o conceito de genocídio, sendo este entendido como o extermínio deliberado de pessoas motivado por diferenças étnicas, nacionais, raciais, religiosas e, por vezes, sociopolíticas (engenharia social). Esse último conceito muito nos interessa para a compreensão do que se busca contextualizar ao se afirmar a prática genocida do atual Governo federal, pois a engenharia social é um conceito de ciência política que se refere a iniciativas que visam a influenciar atitudes e comportamento social em larga escala, tanto por governos quanto por grupos privados. Na área política, o equivalente da engenharia social é a engenharia política. Todas as governanças e todas as leis têm efeito modificador no comportamento humano e, portanto, podem ser consideradas como formas de engenharia social.
Dessa forma, com fundamento científico e não com achismos ou ideologia partidária, estava e continua mais que claro, evidente e internacionalmente reconhecida a política higienista do governo Bolsonaro. Muitas são as situações em que isso ocorre, como por exemplo, "tem a questão do coronavírus também que, no meu entender, está superdimensionado, o poder destruidor desse vírus". Comparou a contaminação por coronavírus a uma "gripezinha" ou "resfriadinho". "Essa é uma realidade, o vírus tá aí. Todos nós iremos morrer um dia". "E daí? Lamento. "Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", disse, em referência ao seu nome, Jair Messias Bolsonaro. Mandou uma mulher que o questionava sobre o número de brasileiros mortos pela pandemia de covid-19 "cobrar do seu governador". "Eu não sou coveiro, tá?", em frente ao Palácio do Planalto.
Hoje, contamos quase 260 mil vidas perdidas de brasileiros, especialmente pelo descaso desse governante, que joga, diuturnamente, a responsabilidade para prefeitos e governadores. Além de não contribuir com a ação dos mesmos, quando veta compra de vacinas e auxílio emergencial para regiões em estado de calamidade, como no caso da bandeira preta no RS. E como se não bastasse o recorde de mortes por Covid-19, conforme post de Thiago Amparo recentemente, temos o filho do Bolsonaro adquirindo uma mansão de 6 milhões, falta de vacinação em massa, dólar nas alturas, inflação nos preços, "Centrão" liberado de investigação no STF, crise de saúde e educação, empresas quebrando, interferência na Petrobrás, PEC da impunidade, e a pergunta que fica: o que mais falta?